quarta-feira, 24 de setembro de 2014

EXPIAÇÃO E A CRUZ DE CRISTO


EXPIAÇÃO E PROPICIAÇÃO

Acontecia por volta de 10 de tisri (setembro-outubro);
Dia de descanso e jejum eram oferecidos sacrifícios;
Oferecer sacrifícios pelos pecados dos sacerdotes e do povo; purificar o santuário (Lv 16; 23.26-32; Hb 9.7).
      
       “Deus propôs a Cristo como sacrifício de expiação, através de seu sangue”. (Rm. 3:25) Ou como apresenta corretamente outra tradução: “Deus apresentou a Cristo como propiciação, pelo derramamento de seu sangue, para ser recebido mediante a fé”. Agora, o que isso significa? Nós precisamos pausar por um momento para meditar sobre esta palavra: “propiciação”, ou “expiação”.

       “Propiciação” é aquele ato sacrificial pelo qual Deus se torna propício. “Propício” significa simplesmente favorável. Ou seja… dizer que a propiciação é um ato pelo qual Deus se torna propício, é dizer que é um ato pelo qual se torna favorável a nós. Ele é contrário a nós em certo sentido em ira, mas agora, por meio desse ato sacrificial, ele se torna favorável a nós. É propiciação. "Propiciar" alguém significa apaziguar ou pacificar a sua ira.

I.                    Primeiro, o motivo pelo qual a propiciação é necessária é que o pecado suscita a ira de Deus.
II.                 Segundo, quem faz a propiciação? Foi o próprio Deus que, em sua misericórdia e graça, tomou a iniciativa.
III.               Terceiro qual foi o sacrifício propiciatório? Não foi animal, vegetal nem mineral. Não foi uma coisa, mas uma pessoa. E a pessoa que Deus ofereceu não foi alguém mais, uma pessoa humana ou um anjo, nem mesmo o seu Filho considerado como alguém distinto dele ou exterior a si mesmo. Não, ele ofereceu-se a si mesmo.


       “Expiação” é o ato pelo qual o pecado é cancelado. É anulado. Apagado do registro. Então o objeto da expiação é o pecado. O objeto da propiciação é Deus. Deus se torna favorável.

       No mundo pagão do primeiro século, quando pagãos ofereciam sacrifícios a seus deuses, muito frequentemente era em um desejo de torná-los propícios, favoráveis. Então, se você quisesse fazer uma viagem marítima, eles ofereceriam um sacrifício propiciatório para Netuno, o deus do mar, na esperança de que ele não ficasse de mau humor, ou com raiva de você, e então você pudesse fazer uma viagem marítima; era um sacrifício a Netuno para torná-lo propício, era um sacrifício propiciatório.

       Mas este texto diz algo particularmente impressionante. No antigo jeito pagão de olhar para as coisas, eu, o devoto, ofereço um sacrifício propiciatório para os deuses. Mas este texto diz que Deus propôs a Cristo como sacrifício propiciatório. Então isso significa que Deus apresentou a Cristo como sacrifício propiciatório para propiciar a Deus? Como pode Deus oferecer um sacrifício que propicia a si mesmo?

       Ora, em parte por este motivo, houve todo tipo de pensadores que realmente rejeitaram totalmente esta interpretação, pensaram que isso é bobo, não faz o menor sentido, como pode Deus propiciar a si mesmo? Além do mais, alguns deles só não gostam da ideia de sacrifício de sangue, ou de Deus estando irado. Houve um estudioso muito influente no Reino Unido na década de 30 que se chamava C.H. Dodd, que argumentava fortemente que isso não fazia o menor sentido, Deus não pode propiciar a si mesmo, portanto isso deve ser expiação. Não é Deus propiciando a Deus, desviando a ira de Deus; como pode Deus propiciar a Deus? Ele disse: Afinal, Deus amou o mundo de tal maneira que ele deu seu Filho! Se ele já era tão favorável ao mundo que deu seu Filho, como você pode imaginar que o Filho está propiciando a Deus? Ele já é favorável! Então ele não deve estar propiciando a si mesmo! Ele deve estar se aproximando para oferecer o Filho para expiar, para cancelar o pecado. Houve algumas respostas por pessoas dos Estados Unidos, na Austrália e na Inglaterra. E o que eles apontaram foi que… quando a propiciação é mencionada no Antigo Testamento, sempre se dá no contexto da ira de Deus.
      
       A palavra “propiciação” apresentada aqui, dois terços das vezes é a palavra usada para o topo da Arca da Aliança no dia da expiação, quando o sangue do boi e da cabra é derramado, precisamente para desviara ira de Deus. Deus ordenou que este sacrifício fosse oferecido para desviar a ira de Deus. Este é o contexto onde isso é mais usado no Antigo Testamento. E nesta mesma passagem nós acabamos de ter dois capítulos e meio que começam com: “A ira de Deus é revelada dos céus contra toda impiedade” que nós, seres humanos, praticamos, ao suprimir a verdade.

       Então a ira de Deus está lá! É pessoal, é profunda, é inevitável, e em certo sentido tal ira deve ser desviada, mas como pode Deus propiciar a si mesmo? E a resposta, é claro, é que Deus é contrário a nós em ira por causa de sua santidade. Ele é. Se ele não for contra nós em ira, então ele é imoral. “Eu não me importo. Eles podem blasfemar, matar, estuprar, roubar, mentir; sem estresse: eu não me importo. Isso não me afeta”. Deus é justo, e ele é sim contra nós em ira, especialmente porque nós o marginalizamos, nós o destituímos. Deus sabe que é para nosso bem que ele deve estar no centro de absolutamente tudo. Não é simplesmente que ele quer ter uma espécie de preferência entre iguais.

       Quando você e eu queremos ser especialmente louvados por nossos semelhantes, queremos ser mais fortes do que eles, ser reconhecidos como superiores, mas Deus é superior. Ele não é apenas nós, ele é Deus; nós somos a imagem de Deus. Mais do que isso: Deus sabe em amor que nós devemos vê-lo no centro de tudo ou estamos perdidos e arruinados. É para nosso bem, é por amor que Deus insiste que seja assim. Então ele se ira quando por nossas ações, pensamentos e obras, nós declaramos: “Não será assim”. Deus é contrário a nós em ira, por causa de sua santidade.

       Mas ele é contrário a nós em… amor, porque ele é esse tipo de Deus. E este texto diz que Deus propôs a Cristo Jesus para ser a propiciação por nossos pecados. Ora, de fato, você não pode ter propiciação; isto é, o desviar da ira de Deus; sem expiação, o cancelamento do pecado. Ambas pendem juntas na Bíblia. E mesmo no sacrifício no dia da expiação era assim, e é por isso que algumas pessoas preferiram abraçar o termo “sacrifício de expiação”, “Deus propôs a Cristo para ser o sacrifício de expiação por nossos pecados”, cancelando nossos pecados, e desviando a ira de Deus. O que você não pode perder no contexto de Romanos, é a ira de Deus. A palavra propiciação é a mais concentrada.

A VITÓRIA À CRUZ

I.                    A CRUZ COMO SACRIFÍCIO: O Novo Testamento, inspirando-se em imagens e expectativas presentes no Antigo Testamento, apresenta a morte de Cristo na cruz como um sacrifício, bem claro na epístola aos Hebreus, capaz de conquistar aquilo que os sacrifícios do Antigo Testamento conseguiam apenas anunciar em vez de alcançar.

Para que a humanidade pudesse se reconciliar com Deus o mediador deveria sacrificar a si mesmo; sem esse sacrifício a reconciliação era impossível.

Atanásio alega que:

“Cristo oferece um sacrifício de natureza infalível, os sacrifícios de acordo com a Lei tinham de ser oferecidos todos os dias, o sacrifício do Salvador foi oferecido de uma vez por todas.

Agostinho diz:

“Foi um sacrifício pelo pecado, oferecendo a si mesmo como o pleno holocausto na cruz de sua paixão, Cristo foi tanto a vítima como o sacerdote .”

A obra de Cristo poderia ser resumida em três “ofícios”: Profeta (por meio do qual Cristo declara a vontade de Deus); Sacerdote (por meio do qual Cristo oferece o sacrifício pelo pecado); e rei (por meio do qual ele governa com autoridade sobre o povo).

II.                 A CRUZ E O PERDÃO: A morte de Cristo fornece o fundamento por meio do qual se torna possível que Deus perdoe nossos pecados.

a)      Representação: Cristo é encarado como representante da humanidade na aliança com Deus, por meio de sua obediência na cruz, simboliza o povo da aliança e conquista para esse povo todos os benefícios disso decorrentes, como seu representante. Cristo, por meio da crucificação e da ressurreição nos concede o pleno e gracioso perdão de nossos pecados.

b)      Participação: Por meio da fé os cristãos participam da ressurreição de Cristo, e com isso recebe o benefício do perdão dos pecados, do qual todos compartilha por meio da fé.

c)      Substituição: Cristo é visto como um substituto como aquele que vai para cruz em nosso lugar.

III.             A CONQUISTA DO MAL

       O que o Novo Testamento afirma, de modo franco, é que na cruz Jesus desarmou o diabo e triunfou sobre ele, e sobre todos os "principados e poderes" que estão ao seu comando.

       Mas como é que Deus, por meio de Cristo, ganhou a vitória sobre o Maligno? Embora a derrota decisiva de Satanás se tenha dado na cruz, a Escritura representa o desenvolvimento da conquista em seis etapas.

       A primeira é a predição da conquista. A primeira predição foi dada pelo próprio Deus no Jardim do Éden como parte de seu juízo sobre a serpente: "Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar" (Gênesis 3:15).

       A segunda etapa foi o início da conquista no ministério de Jesus. Reconhecendo-o como seu futuro conquistador, Satanás fez muitas tentativas diferentes para se livrar dele. Por exemplo, através do assassínio das crianças de Belém, ordenado por Herodes, por meio das tentações no deserto com o objetivo de evitar o caminho da cruz, por intermédio da resolução do populacho em forçá-lo a um reinado político-militar, através da contradição de Pedro acerca da necessidade da cruz ("Para trás de mim, Satanás!"), e mediante a traição de Judas em quem Satanás na realidade havia "entrado". Porém Jesus estava decidido a cumprir o que dele estava escrito. Vemos o reino de Jesus avançando e o de Satanás retrocedendo, à medida que demônios são expulsos, enfermidades são curadas.

       Aqui, contudo, está sua afirmativa mais admirável acerca desse tema: "Quando o valente, bem armado, guarda a sua própria casa, ficam em segurança todos os seus bens. Sobrevindo, porém, um mais valente do que ele vence-o, tira-lhe a armadura em que confiava e lhe divide os despojos". Não é difícil reconhecer o valente como um quadro do diabo, o "mais valente do que ele" como Jesus Cristo, e o dividir dos despojos (ou, em Marcos, o saque da sua casa) como a libertação dos seus escravos.

       A terceira e decisiva etapa, a realização da conquista, na cruz. Talvez a passagem mais importante do Novo Testamento que apresenta a vitória de Cristo seja Colossenses 2:13-15.

“E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões, e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz; e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz”. ele venceu o diabo mediante a resistência total a suas tentações. Tentado a evitar a cruz, Jesus perseverou no caminho da obediência, e tornou-se "obediente até à morte, e morte de cruz" (Filipenses 2:8).

       Mas Jesus obedeceu, e o diabo foi derrotado. Provocado pelos insultos e pelas torturas a que foi submetido, Jesus absolutamente se recusou a retaliar. Mediante o seu amor autodoador, ele venceu "o mal com o bem" (Romanos 12:21). De modo que a vitória de Cristo, predita imediatamente depois da Queda e iniciada durante o seu ministério público, foi decisivamente ganha na cruz.

A quarta, a ressurreição foi a confirmação e o anúncio da conquista. Não devemos ver a cruz como derrota, e a ressurreição como vitória. Antes, a cruz foi a vitória ganha, e a ressurreição a vitória endossada, proclamada e demonstrada. "Não era possível fosse ele retido" pela morte, pois ela já havia sido derrotada. Os principados e os poderes do mal, que haviam sido privados de suas armas e sua dignidade na cruz, agora, como consequência da derrota, foram colocados sob os pés de Cristo e feitos sujeitos a ele.

Quinto, a extensão da conquista à medida que a igreja sai para executar a sua missão no poder do Espírito, pregar a Cristo crucificado como Senhor, e convocar o povo a se arrepender e crer nele, De modo que a conversão de cada crente envolve um encontro com o poder que obriga o diabo a descontrair o controle da vida de alguém e demonstra o poder superior de Cristo.

Sexto, estamos olhando com expectativa a consumação da conquista na Parousia.  O Ungido do Senhor já está reinando, mas também está aguardando até que seus inimigos sejam postos como estrado dos seus pés. Nesse dia todo joelho se dobrará em sua presença e toda língua confessará que ele é Senhor. O diabo será jogado no lago do fogo, onde a morte e o inferno o seguirão. Pois a morte é o último inimigo a ser destruído. Então, quando todo o domínio, autoridade e poder do mal tiver sido destruído, o Filho entregará o reino ao Pai, e ele será tudo em todos.

Quando os imperadores romanos estavam aniquilando os cristãos, mau sabiam eles que com a morte de um cristão e seu testemunho centenas corriam para os pés de Cristo.

Não tem exemplo maior que o livro de Apocalipse.

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sexta-feira, 20 de junho de 2014

Amamos mais a nós mesmo do que a Deus.



A Reforma produziu uma era de grandes pensadores, artistas e obreiros porque elevou Deus às alturas e abaixou a cabeça humana diante da sua majestade. Nossos cultos (hoje) são muitas vezes mais celebrações de nós mesmo que de Deus, mais entretenimento que adoração. Nunca antes, nem mesmo na igreja medieval, os cristãos foram tão obcecados com si mesmo. Nunca antes as pessoas nutriam noções tão elevadas dos homens e tão pequenas de Deus. Os evangelistas (hoje) falam sobre Deus como se tivéssemos de ter pena dele em vez de adorá-lo, como se ele estivesse se derramando em lágrimas no céu, esperando que as coisas melhorem  e que as pessoas o “deixem fazer as coisas do seu modo”. Nunca antes, talvez, Deus tenha sido tão completamente esquecido e diminuído em nossa estima. Autoestima, autoimagem, autoconfiança, auto-isso, auto-aquilo tem substituído a conversa sobre os atributos de Deus. Ironicamente, isso tem criado o oposto da sua intenção. Quanto mais tempo gastamos contemplando nossa própria grandeza no espelho, mais claramente somos obrigados a ver as verrugas. Sem o conhecimento do Deus em cuja imagem fomos criados, e da graça que nos fez filhos de Deus, o narcisismo (amor-próprio) rapidamente se transforma em depressão (ódio a si mesmo).

Horton, M. As doutrinas da maravilhosa graça: Um antídoto contra o cristianismo cultural infiltrado no meio evangélico. 1° Edição. São Paulo: Cultura Cristã, 2003. p 304.


Adaptação: Isaías Soares Salvador Dias
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terça-feira, 3 de junho de 2014

Estratégias para Lutar Contra a Lascívia



Por: John Piper

Estou pensando em homens e mulheres. Para os homens, isto é óbvio. A necessidade de lutar contra o bombardeamento de tentações visuais para nos fixarmos em imagens sexuais é urgente. Para as mulheres, isto é menos óbvio, porém tal necessidade se torna maior, se ampliamos o escopo da tentação de alimentar imagens ou fantasias de relacionamentos. Quando uso a palavra “lascívia”, estou me referindo principalmente à esfera dos pensamentos, imaginações e desejos que visualizam as coisas proibidas por Deus e frequentemente nos levam a conduta sexual errada. 

Não estou dizendo que o sexo é mau. Deus o criou e o abençoou. Deus tornou o sexo agradável e definiu um lugar para ele, a fim de proteger sua beleza e poder — ou seja, o casamento entre um homem e uma mulher. Mas o sexo tornou-se corrompido pela queda do homem no pecado. Portanto, temos de exercer restrição e fazer guerra contra aquilo que pode nos destruir. Em seguida, apresentamos algumas estratégias para lutar contra desejos errados. 

Evitar — evite, tanto quanto for possível e sensato, imagens e situações que despertam desejos impróprios. Eu disse “tanto quanto possível e sensato”, porque às vezes a exposição à tentação é inevitável. E usei os termos “desejos impróprios” porque nem todos os desejos por sexo, alimento e família são maus. Sabemos quando tais desejos são impróprios, prejudiciais e estão se tornando escravizantes. Conhecemos nossas fraquezas e o que provoca tais desejos. Evitar é uma estratégia bíblica. “Foge, outrossim, das paixões da mocidade. Segue a justiça” ( 2 Tm 2.22). “Nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências” (Rm 13.14). 

Não — diga “não” a todo pensamento lascivo, no espaço de cinco segundos.1 E diga-o com a autoridade de Jesus Cristo. “Em nome de Jesus: Não!” Você não tem mais do que cinco segundos. Se passar mais do que esse tempo sem opor-se a tal pensamento, ele se alojará em sua mente com tanta força, a ponto de se tornar quase irremovível. Se tiver coragem, diga-o em voz alta. Seja resoluto e hostil. Como disse John Owen: “Mate o pecado, se não ele matará você”.2 Ataque-o imediatamente, com severidade. “Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4.7). 

Voltar — volte seus pensamentos forçosamente para Cristo, como uma satisfação superior. Dizer “não” será insuficiente. Você tem de mover-se da defesa para o ataque. Combata o fogo com fogo. Ataque as promessas do pecado com as promessas de Cristo. A Bíblia chama a lascívia de “concupiscências do engano” (Ef 4.22). Tais concupiscências mentem. Prometem mais do que podem oferecer. A Bíblia as chama de “paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância” (1 Pe 1.14). Somente os tolos cedem a elas. “Num instante a segue, como o boi que vai ao matadouro” (Pv 7.22). O engano é vencido pela verdade. A ignorância é derrotada pelo conhecimento. E tem de ser uma verdade gloriosa e um conhecimento formoso. Esta é razão por que escrevi o livro Vendo e Provando a Cristo (Seeing and Proving Christ — Crossway, 2001). Preciso de breves retratos de Cristo para me manter despertado, espiritualmente, para a sublime grandeza do Senhor Jesus. Temos de encher nossa mente com as promessas e os deleites de Jesus. E volvermo-nos imediatamente para tais promessas e deleites, depois de havermos dito “não”. 

Manter — mantenha, com firmeza, a promessa e o deleite de Cristo em sua mente, até que expulsem a outra imagem. “Olhando firmemente para… Jesus” (Hb 12.2). Muitos fracassam neste ponto. Eles desistem logo. Dizem: “Tentei expulsar a fantasia, mas não deu certo”. Eu lhes pergunto: “Por quanto tempo fizeram isso?” Quanta rigidez exerceram em sua mente? Lembre: a mente é um músculo. Você pode flexioná-la com violência. Tome o reino de Deus por esforço (Mt 11.12). Seja brutal. Mantenha diante de seus olhos a promessa de Cristo. Agarre-a. Agarre-a! Não a deixe ir embora. Continue segurando-a. Por quanto tempo? Quanto for necessário. Lute! Por amor a Cristo, lute até vencer! Se uma porta automática estivesse para esmagar seu filho, você a seguraria com toda a sua força e gritaria por ajuda. E seguraria aquela porta… seguraria… seguraria… Jesus disse que muito mais está em jogo no hábito da lascívia (Mt 5.29). 

Apreciar — aprecie uma satisfação superior. Cultive as capacidades de obter prazer em Cristo. Uma das razões porque a lascívia reina em tantas pessoas é porque Cristo não lhes é muito cativante. Falhamos e somos enganados porque temos pouco deleite em Cristo. Não diga: “Esta conversa espiritual não é para mim”. Que passos você tem dado para despertar sua afeição por Cristo. Você tem lutado por encontrar gozo? Não seja fatalista. Você foi criado para valorizar a Cristo — de todo o coração — mais do que valoriza o sexo, o chocolate ou o açúcar. Se você tem pouco desejo por Cristo, os prazeres rivais triunfarão. Peça a Deus que lhe dê a satisfação que você não tem. “Sacia-nos de manhã com a tua benignidade, para que cantemos de júbilo e nos alegremos todos os nossos dias” (Sl 90.14). E olhe… olhe… e continue olhando para Aquele que é a pessoa mais magnificente do universo, até que você o veja da maneira como Ele realmente é. 

Mover – mova-se da ociosidade e de outros comportamentos vulneráveis para uma atividade útil. A lascívia cresce rapidamente no jardim da ociosidade. Encontre algo útil para realizar, com todas as suas forças. “No zelo, não sejais remissos; sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor” (Rm 12.11); “Sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão” (1 Co 15.58). Seja abundante em atividades. Faça alguma coisa: limpe um quarto, pregue uma tábua, escreva uma carta, conserte uma torneira. E faça tudo por amor a Jesus. Você foi criado para administrar e trabalhar. Cristo morreu para nos tornar zelosos “de boas obras” (Tt 2.14). Substitua as concupiscências e paixões enganosas por boas obras. 


Extraído do livro:
Penetrado pela Palavra, de John Piper
Copyright: © Editora FIEL 2009.
O leitor tem permissão para divulgar e distribuir esse texto, desde que não altere seu formato, conteúdo e / ou tradução e que informe os créditos tanto de autoria, como de tradução e copyright. Em caso de dúvidas, faça contato com a Editora Fiel. Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

O que acho do Natal...



Gosto do clima, das festas, das promessas e tudo mais. Sou um entre vários hipócritas que crê no badalar do sino e no recomeço que todo o natal promete e que nunca conseguimos recomeçar de fato.

Acho maravilhoso o encontro em família, mesmo que o abraço da meia noite seja de pura falsidade e desamor, mas todo teatro por trás desse gesto é “lindo”. Neste momento as piadas tem mais graça, o clima é humano, todo mundo ajuda todo mundo, o badalar do sino é um tom harmônico.

Ai vem à pergunta. Porque só no natal esses sentimentos afloram? Porque isso não pode pendurar sempre? A resposta está no egoísmo e no pecado do ser humano, em 363 o ser humano que no natal é bom, é companheiro, no restante se torna perverso, maldoso e ganancioso, não vê a filha ou o filho, sua esposa ou seu marido clamar por socorro, não olha para o lado, não quer ver seu irmão que definha por falta daquele mesmo amor que em um dia “no natal” você transborda, mas é um transbordar sujo e fedido. Estamos descumprindo um dos maiores mandamentos "O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como vos amei” (Jo 15.12).

Vemos na pessoa de Cristo o exemplo perfeito, fez tudo sem querer nada em troca. Você consegue? Sofreu sem colocar a culpa em ninguém. Você consegue?

Sossegue seu coração, que não precisamos passar mais por isso, pois Ele já passou. Então o que precisamos? Precisamos somente crer que Ele é o Filho de Deus, o Deus encarnado que habitou em nosso meio e morreu concebendo salvação para quem lhe apraz.

Que possamos viver o natal todos os dias de nossas vidas com essa sensibilidade pelos outros principalmente pelos da nossa família, mas nunca nos esquecermos dos que sofrem e gemem, por que para Deus também fazem parte da grande comissão celestial, somente em Cristo isto se torna realidade.


Isaias Soares Salvador Dias 
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terça-feira, 30 de julho de 2013

1. Filiar-se à igreja é ordem de Jesus



1. Filiar-se à igreja é ordem de Jesus
Em primeiro lugar, o nosso Senhor Jesus Cristo ordenou aos Seus seguidores que se filiassem à igreja. Em Mateus 16.18, Jesus diz aos Seus discípulos: “eu edificarei a minha igreja”. Ele descreve a igreja como o templo da nova aliança, e todos os que confessam que Jesus é o Senhor são as pedras desse edifício (Mt 16.16; 1Pe 2.5; Ef 2.19-20).
Em Mateus 28.19-20, Jesus confirma e amplia a sua declaração anterior ao ordenar aos Seus seguidores que façam discípulos, batizando-os e ensinando-os depois. O cumprimento dessa grande comissão resulta na inclusão dos convertidos à igreja. Por que dizemos isso? Porque a ordenança do batismo faz parte da grande comissão. Conquanto o batismo do Espírito Santo nos acrescente à igreja invisível (1Co 12.13), não devemos manter invisível a nossa salvação, temos que expressá-la externamente (Rm 10.9-10). O batismo de água, externo e visível, simboliza esta realidade invisível.
Atos 2.41 descreve como a igreja apostólica pôs esse princípio em prática: “Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas”. Houve um acréscimo a que? Atos 2.27 dá a resposta: “E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar”. Essa era a igreja visível, os apóstolos acompanhavam atentamente quem eram os batizados e até os contavam.

Cristo ordenou que fôssemos batizados. Ao ordenar que sejamos batizados, ordena-nos que também sejamos acrescentados à igreja. Noutras palavras, Ele ordena que nos filiemos à igreja, deseja que o nosso relacionamento com Ele seja honesto e perceptível (Mt 10.32) e que seja também um relacionamento corporativo (Hb 10.24-25).
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sexta-feira, 26 de julho de 2013

DEZ RAZÕES POR QUE FILIAR-SE A UMA IGREJA.

 

1. Filiar-se à igreja é ordem de Jesus 
2. O Velho Testamento ensina a filiação eclesiástica 
3. A filiação eclesiástica é inferência Neotestamentário
4. A filiação eclesiástica é parte integrante da salvação
5. A filiação eclesiástica patenteia a ordem eclesiástica
6. Muitos mandamentos bíblicos denotam filiação eclesiástica
7. O cuidado pastoral exige filiação eclesiástica
8. A vida prática da igreja abrange a filiação eclesiástica
9. O evangelismo bíblico exige a filiação eclesiástica             
 10. O amor de Deus clama pela filiação eclesiástica

Obs.: Todos os dias uma postagem de 1 (uma) razão.
Autores: Mark Brown & Larry Wilson
 
 

 

 

 

 


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quinta-feira, 18 de abril de 2013

Santidade: Sem a qual ninguém verá o SENHOR


Antes de tudo, despertemos para perceber o estado de perigo em que muitos crentes professos se encontram. Sem a santificação “ninguém verá o Senhor”; não há salvação sem santificação (Hb 12.14). Portanto, quanta religiosidade existe que para nada serve! Quão imensa é a proporção de frequentadores de igrejas que se encontram no caminho largo que conduz à perdição! Esse pensamento é terrível, esmagador e avassalador. Oh, quem dera que pregadores e mestres abrissem os olhos e percebessem a condição das almas ao seu redor! Oh, que dera os homens pudessem ser persuadidos a fugir “da ira vindoura!” Se almas não santificadas podem realmente ser salvas e ir para o céu, então, a Bíblia não diz a verdade. Não obstante, a Bíblia é verdadeira e não pode mentir! Que horrível acontecimento será o fim dos tempos!

Em seguida, certifiquemo-nos acerca da nossa própria condição, jamais descansados enquanto não sentirmos e soubermos que estamos “santificados”. Quais são nossos gostos, nossas escolhas, preferências e inclinações? Essa é a grande pergunta de teste. Pouco importa o que desejamos, o que esperamos e o que planejamos ser antes de morrer. Mas, o que somos agora? O que estamos fazendo? Estamos vivendo de maneira santa ou não? Se a resposta é não, a falta é toda nossa.

Também, queremos ser santificados, o nosso caminho é claro e simples: devemos começar indo a Cristo. Precisamos nos aproximar dEle como pecadores, sem qualquer outra justificativa, senão a nossa total necessidade. Deixemos a nossa alma aos seus cuidados, mediante a fé, a fim de obtermos paz e reconciliação com Deus. Precisamos nos entregar em suas mãos, como que nas mãos de um bom médico, clamando a Ele por misericórdia e graça. Não podemos trazer conosco nada que nos possa servir de recomendação. O primeiro passo no caminho da santificação, e que não é diferente na justificação, consiste em vir a Cristo com fé. Primeiramente teremos de viver e, então, trabalhar.

Além disso, se quisermos crescer na santificação, tornando-nos mais santificados, teremos de prosseguir continuamente, da mesma forma como iniciamos, recorrendo sempre aos novos recursos de Cristo. Ele é o cabeça de onde cada membro deve ser suprido (ver Ef 4.16). Viver a vida da fé, diariamente, na dependência do Filho de Deus e valer-se diariamente da sua plenitude, e da graça e força prometida, que Ele providenciou para o seu povo – esse é o grande segredo do progresso na santificação. Os crentes que parecem haver parado nessa escalada geralmente negligenciam a comunhão íntima com Jesus e assim entristecem o seu Santo Espírito. Aquele que orou “santifica-os”, na noite anterior à sua crucificação, está intimamente disposto a ajudar todos quantos, mediante a fé, apelam a Ele em busca de ajuda, desejando se tornar mais santos.

Acrescente-se a isso que não devemos esperar muito de nosso coração aqui neste mundo. Em nossos melhores momentos, encontraremos em nós mesmos razões diárias para nos humilhar, descobrindo que somos necessitados devedores à misericórdia e à graça divinas a cada instante. Quanto maior luz tivermos, tanto mais seremos capazes de perceber nossas próprias imperfeições. Éramos pecadores quando iniciamos a carreira cristão e pecadores seremos, enquanto estivermos prosseguindo no caminho. Somos renovados, perdoados e justificados, e, no entanto, pecadores até o último instante. A nossa perfeição absoluta chegará um dia, e a expectativa pela mesma é uma das razões pelas quais anelamos chegar ao céu.

Finalmente, nunca nos envergonhemos de dar grande valor à santificação, lutando por um padrão elevado de santidade. Enquanto alguns se satisfazem com um padrão miseravelmente baixo de realização, e outros não se envergonham por viverem sem qualquer santidade – contentes com mero círculo vicioso de frequentar a igreja, mas nunca avançando, como um cavalo atrelado à roda de um moinho – nós devemos prosseguir firmemente nas veredas antigas, seguindo pessoalmente a santificação e recomendando-a com coragem aos nossos irmãos. Essa é a única maneira para alguém tornar-se realmente feliz.

Estejamos convencidos, sem nos importar com o que os outros digam, de que a santificação envolve a felicidade, e de que o homem que atravessa a vida com maior consolo é o homem santificado. Sem dúvida que há alguns verdadeiros crentes que, devido à má saúde ou às questões de família, ou à outras causas secretas, desfrutem de pouco consolo perceptível e avançam gemendo por todo o seu caminho ascendente para o céu. Entretanto, esses casos excepcionais. Em geral, ao longo da vida, será descoberto que as pessoas “santificadas” são as pessoas mais felizes da terra. Elas usufruem sólidos consolos que o mundo não pode dar e nem tirar. Os caminhos da sabedoria "são caminhos deliciosos, e todas as suas veredas, paz”. “Grande paz têm os que amam a tua lei”. Aquele que não pode mentir foi quem disse: “Porque meu julgo é suave, e o meu fardo é leve”. Contudo, também ficou escrito: “Para os perversos, todavia, não há paz, diz o SENHOR” (Pv 3.17; Sl 119.165; Mt 11.30 e Is 48.22).

Fonte: Ryle. J. C. Santidade: sem a qual ninguém verá o senhor. 2ª Ed. São Paulo: Editora Fiel, 2009. p. 62 – 64.


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