segunda-feira, 30 de maio de 2011

As Riquezas Infinitas de Cristo



Sem o evangelho tudo é inútil e vão; sem o evangelho não somos cristãos; sem o evangelho toda riqueza é pobreza; toda sabedoria, loucura diante de Deus; toda força, fraqueza; e toda a justiça humana jaz sob a condenação de Deus. Mas pelo conhecimento do evangelho somos feitos filhos de Deus, irmãos de Jesus Cristo, compatriotas dos santos, cidadãos do Reino do Céu, herdeiros de Deus com Jesus Cristo, por meio de quem os pobres são enriquecidos; os fracos, fortalecidos; os néscios, feitos sábios; os pecadores, justificados; os solitários, confortados; os duvidosos, assegurados; e os escravos, libertados.
O evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo o que crê. Assim, tudo o que poderíamos pensar ou desejar deve ser achado somente neste mesmo Jesus Cristo.
Pois ele foi vendido para nos comprar de volta; preso para nos libertar; condenado para nos absolver.
Ele foi feito maldição para nossa bênção; ofertado pelo pecado para nossa justificação;
desfigurado para nos tornar belos; Ele morreu pela nossa vida para que, por seu intermédio, o furor converta-se em mansidão; a ira seja apaziguada; as trevas tornem-se luz; o temor, reafirmação; o desprezo seja desprezado; o débito, cancelado; o labor, aliviado; a tristeza convertida em júbilo; a desdita, em felicidade; as emboscadas sejam reveladas; os ataques, atacados; a violência, rechaçada; o combate, combatido; a guerra, guerreada; a vingança, vingada; o tormento, atormentado; o abismo, tragado pelo abismo; o inferno, trespassado; a morte, assassinada; a mortalidade convertida em imortalidade. Resumindo, a misericórdia tragou toda a miséria; e a bondade, toda a infelicidade.
Porque todas essas coisas, que deveriam ser as armas do mal na batalha contra nós, e o aguilhão da morte a nos trespassar, transformam-se em provações que podemos converter em nosso benefício.
Se podemos exultar com o apóstolo, dizendo, Ó inferno, onde está a tua vitória? Ó morte, onde está o teu aguilhão? É porque, pelo Espírito de Cristo prometido aos eleitos, já não somos nós quem vive, mas é Cristo quem vive em nós; e, pelo mesmo Espírito, estamos assentados entre aqueles que estão no céu, de modo que, para nós, o mundo já não conta, mesmo que ainda coexistamos nele; mas em tudo estamos contentados, independentemente de país, lugar, condição, vestimentas, alimento e todas essas coisas.

E, portanto, somos consolados na tribulação, nos alegramos no infortúnio, glorificamos quando vituperados, temos abundância na pobreza, somos aquecidos na nudez, pacientes entre os maus, vivos na morte.
Eis, em síntese, o que deveríamos buscar em toda a Escritura: conhecer verdadeiramente Jesus Cristo e as riquezas infinitas compreendidas nele, as quais nos são ofertadas nele por Deus, o Pai.

Extraido de: Monergismo
Fonte: “Preface to Olivétan’s New Testament” em Westminster Library of Christian Classic (Vol. XXIII), Calvin: Commentaries - Westminster John Knox Press, julho/79, pp. diversas.
Fragmentos do prefácio de Calvino à versão francesa do Novo Testamento (1534) traduzido por Pierre Robert Olivétan.
Seleção e arranjo: Tiago Canuto Baia

Tradução: Marcos Vasconcelos
Recife, 28 de julho de 2009
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terça-feira, 17 de maio de 2011

As coisas pequenas.


C.H. Spurgeon (1834-1892) era pregador, autor e editor britânico. Foi pastor do Tabernáculo Batista Metropolitano, em Londres, desde 1861 até a data de sua morte. Fundou um seminário, um orfanato e editou uma revista mensal chamada “Sword na Trowel”. Conhecido como “Príncipe dos Pregadores”, Spurgeon escreveu muitos livros e artigos, particularmente na área devocional. Deixou um legado de vida piedosa, marcada por um profundo amor ao Senhor Jesus Cristo e por dedicados esforços para alcançar almas perdidas.

Somos incapazes de realizar o mais humilde ato da vida cristã, se não recebemos de Deus o vigor do Espírito Santo. Com certeza, meus irmãos, é nestas COISAS PEQUENAS que geralmente percebemos, acima de tudo, a nossa fraqueza. Pedro foi capaz de andar sobre a água, mas não pôde suportar a acusação de uma criada. Jó suportou a perda de todas as coisas, porém as palavras censuradoras de seus falsos amigos (embora fossem apenas palavras) fizeram-no falar mais amargamente do que todas as outras aflições juntas. Jonas disse que tinha razão em ficar irado, até à morte, A RESPEITO DE UMA PLANTA.

Você não tem ouvido, com certa freqüência, que homens poderosos, sobreviventes de muitas batalhas, foram mortos por um acidente trivial? John Newton disse: "A graça de Deus é tão necessária para criar no crente a atitude correta diante da quebra de uma louça valiosa como diante da morte de um parente querido". Estes pequenos vazamentos precisam dos mais cuidadosos tampões. Nas coisas pequenas, bem como nas coisas grandes, o justo tem de viver pela fé!

Crente, você não é suficiente para nada! Sem a graça de Deus, não pode fazer coisa alguma. Nossa força é fraqueza - fraqueza até para as coisas pequenas; fraqueza para as situações fáceis, bem como para as complexas; fraqueza nas gotas de tristeza, como também nos oceanos de aflição. Aprenda bem o que nosso Senhor disse aos seus discípulos: "Sem mim nada podeis fazer" (João 15.5).

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