quinta-feira, 18 de abril de 2013

Santidade: Sem a qual ninguém verá o SENHOR


Antes de tudo, despertemos para perceber o estado de perigo em que muitos crentes professos se encontram. Sem a santificação “ninguém verá o Senhor”; não há salvação sem santificação (Hb 12.14). Portanto, quanta religiosidade existe que para nada serve! Quão imensa é a proporção de frequentadores de igrejas que se encontram no caminho largo que conduz à perdição! Esse pensamento é terrível, esmagador e avassalador. Oh, quem dera que pregadores e mestres abrissem os olhos e percebessem a condição das almas ao seu redor! Oh, que dera os homens pudessem ser persuadidos a fugir “da ira vindoura!” Se almas não santificadas podem realmente ser salvas e ir para o céu, então, a Bíblia não diz a verdade. Não obstante, a Bíblia é verdadeira e não pode mentir! Que horrível acontecimento será o fim dos tempos!

Em seguida, certifiquemo-nos acerca da nossa própria condição, jamais descansados enquanto não sentirmos e soubermos que estamos “santificados”. Quais são nossos gostos, nossas escolhas, preferências e inclinações? Essa é a grande pergunta de teste. Pouco importa o que desejamos, o que esperamos e o que planejamos ser antes de morrer. Mas, o que somos agora? O que estamos fazendo? Estamos vivendo de maneira santa ou não? Se a resposta é não, a falta é toda nossa.

Também, queremos ser santificados, o nosso caminho é claro e simples: devemos começar indo a Cristo. Precisamos nos aproximar dEle como pecadores, sem qualquer outra justificativa, senão a nossa total necessidade. Deixemos a nossa alma aos seus cuidados, mediante a fé, a fim de obtermos paz e reconciliação com Deus. Precisamos nos entregar em suas mãos, como que nas mãos de um bom médico, clamando a Ele por misericórdia e graça. Não podemos trazer conosco nada que nos possa servir de recomendação. O primeiro passo no caminho da santificação, e que não é diferente na justificação, consiste em vir a Cristo com fé. Primeiramente teremos de viver e, então, trabalhar.

Além disso, se quisermos crescer na santificação, tornando-nos mais santificados, teremos de prosseguir continuamente, da mesma forma como iniciamos, recorrendo sempre aos novos recursos de Cristo. Ele é o cabeça de onde cada membro deve ser suprido (ver Ef 4.16). Viver a vida da fé, diariamente, na dependência do Filho de Deus e valer-se diariamente da sua plenitude, e da graça e força prometida, que Ele providenciou para o seu povo – esse é o grande segredo do progresso na santificação. Os crentes que parecem haver parado nessa escalada geralmente negligenciam a comunhão íntima com Jesus e assim entristecem o seu Santo Espírito. Aquele que orou “santifica-os”, na noite anterior à sua crucificação, está intimamente disposto a ajudar todos quantos, mediante a fé, apelam a Ele em busca de ajuda, desejando se tornar mais santos.

Acrescente-se a isso que não devemos esperar muito de nosso coração aqui neste mundo. Em nossos melhores momentos, encontraremos em nós mesmos razões diárias para nos humilhar, descobrindo que somos necessitados devedores à misericórdia e à graça divinas a cada instante. Quanto maior luz tivermos, tanto mais seremos capazes de perceber nossas próprias imperfeições. Éramos pecadores quando iniciamos a carreira cristão e pecadores seremos, enquanto estivermos prosseguindo no caminho. Somos renovados, perdoados e justificados, e, no entanto, pecadores até o último instante. A nossa perfeição absoluta chegará um dia, e a expectativa pela mesma é uma das razões pelas quais anelamos chegar ao céu.

Finalmente, nunca nos envergonhemos de dar grande valor à santificação, lutando por um padrão elevado de santidade. Enquanto alguns se satisfazem com um padrão miseravelmente baixo de realização, e outros não se envergonham por viverem sem qualquer santidade – contentes com mero círculo vicioso de frequentar a igreja, mas nunca avançando, como um cavalo atrelado à roda de um moinho – nós devemos prosseguir firmemente nas veredas antigas, seguindo pessoalmente a santificação e recomendando-a com coragem aos nossos irmãos. Essa é a única maneira para alguém tornar-se realmente feliz.

Estejamos convencidos, sem nos importar com o que os outros digam, de que a santificação envolve a felicidade, e de que o homem que atravessa a vida com maior consolo é o homem santificado. Sem dúvida que há alguns verdadeiros crentes que, devido à má saúde ou às questões de família, ou à outras causas secretas, desfrutem de pouco consolo perceptível e avançam gemendo por todo o seu caminho ascendente para o céu. Entretanto, esses casos excepcionais. Em geral, ao longo da vida, será descoberto que as pessoas “santificadas” são as pessoas mais felizes da terra. Elas usufruem sólidos consolos que o mundo não pode dar e nem tirar. Os caminhos da sabedoria "são caminhos deliciosos, e todas as suas veredas, paz”. “Grande paz têm os que amam a tua lei”. Aquele que não pode mentir foi quem disse: “Porque meu julgo é suave, e o meu fardo é leve”. Contudo, também ficou escrito: “Para os perversos, todavia, não há paz, diz o SENHOR” (Pv 3.17; Sl 119.165; Mt 11.30 e Is 48.22).

Fonte: Ryle. J. C. Santidade: sem a qual ninguém verá o senhor. 2ª Ed. São Paulo: Editora Fiel, 2009. p. 62 – 64.


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