terça-feira, 25 de outubro de 2011

O ímpio e seu destino final



Será tratado nesse estudo o fim daqueles que não estão em Cristo ou, melhor dos incrédulos e ímpios que a bíblia deixa claro que será um estado de miséria e punição eterna no inferno. Tanto na Idade Média quanto no período da Reforma teólogos criam e ensinavam a doutrina da punição dos ímpios, diz Anthony Hoekema.

Anthony Hoekema mostra duas formas que negam a doutrina da punição eterna: universalismo e o aniquilismo. Sendo que os universalistas crêem que inferno e punição eterna seriam incoerentes com o conceito de um Deus amoroso e poderoso, que por final todos serão salvos, inclusive o diabo e seus demônios.

A outra forma de negação segundo Anthony Hoekema seria uma doutrina intitulada de aniquilamento, que em si mesma se divide em dois pensamentos: (1) que o homem foi criado imortal, mas aqueles que continuam no pecado são privados da imortalidade e simplesmente aniquilados – isto é, reduzidos à não existência. (2) chamado se “imortalidade condicional”, o homem fora criado mortal. Os incrédulos, porém, não receberam esse dom, e por isso permanecem mortais; por esse razão são aniquilados por ocasião da morte.

Na atualidade também temos duas formas de negação a doutrina da punição eterna uma é ensinada pelos Adventistas do Sétimo Dia, e a segunda ensinada pelas Testemunhas de Jeová, os Adventista crêem no aniquilamento, porém afirma que haverá período de sofrimento punitivo anterior ao aniquilamento, já as Testemunhas de Jeová não crêem nesse período de sofrimento.

A doutrina da punição eterna é ensina nas Escrituras por Cristo e também pelos apóstolos ensina Anthony Hoekema, ensinamentos dados por Cristo: no Sermão do Monte encontram-se três referências ao inferno. Mateus 5.22: “Eu porém vos digo que todo aquele que se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento o tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo”. E nos versos 29-30 “Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não seja todo teu corpo lançado no inferno (geennan). E, se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não vá todo o teu corpo para o inferno (geennan).

Anthony Hoekema examina a palavra geennan que é referência para o lugar final de punição, ele explica que essa palavra é uma forma grega da expressão aramaica gee hinnom, que significa: “Vale de Hinom”. Situado ao sul de Jerusalém, onde pais sacrificavam seus filhos ao deus amonita Moloque, nos dias de Acaz e Manassés (2 Rs 16.3; 21.6; e em especial Jr 32.35), era também nesse vale que se queimava lixo de Jerusalém. Por esse motivo ele se tornou um tipo do pecado e maldição e, dessa forma, a palavra Gehema passou a ser usada como designação para o fogo escatológico do inferno e para o lugar da punição.

Jesus ensina segundo Anthony Hoekema que o fogo do inferno não é uma espécie de punição temporária da qual algumas pessoas possam se libertar, mas sim uma punição sem fim ou eterna, a punição do inferno é eterna em Marcos 9.43, onde o fogo do inferno é chamado de “inextinguível”, no verso 48 do mesmo capítulo “... onde não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga”, o tormento e angústia internos, simbolizados pelo verme, nunca terão fim e os sofrimentos exteriores simbolizados pelo fogo nunca cessarão.

Os tormentos do inferno são encontrados em Mateus 13.41, 42: “... ali haverá choro e ranger de dentes”, essa passagem mostra o amargo e a auto-condenação desesperada. Mateus 25.30 também mostra o tormento “... lançai-o para fora, nas trevas. Ali haverá choro e ranger de dentes” isso mostra com bastante clareza o afastamento do perdido em relação à eterna comunhão com Deus. Mateus 25.46 mostra também a punição eterna quando é dito: “E irão estes [os que estão à esquerda do rei] para o castigo eterno.

Várias passagens são encontradas nos evangelhos proferidas por Cristo, que mostra a clareza final dos ímpios como um tormento sem fim, conforme Mt 10.28; 18.14; Lc 13.3; Jo 3.16; 10.28; Rm 2.12; 1Co 1.18; Fp 3.19; 2Pe 2.1; 3.16, mostra a respeito da punição eterna, estado de tormento e dor intermináveis.

Anthony Hoekema descreve também dos ensinos dos apóstolos de Cristo a respeito da punição eterna, segundo ele a descrição mais forte dos sofrimentos dos perdidos é encontrado nos escritos paulinos, principalmente em 2 Tessalonicenses 1.7-9; “... quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder, em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus. Estes sofrerão penalidades de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder...” outros textos bíblicos que se referem a punição eterna; Rm 2.5,8,9; 5.9; Hb 10.28 ,29, 30; 2 Pe 2.17; Jd 7, 13; Ap 14.10, 11; Ap 21.8. (a bíblia e o futuro, pg. 318, 319, 320, 321).

Louis Berkhof fala do estado no qual continuarão os ímpios em sua existência, ele fala que é impossível ser preciso neste assunto, e convém ser cauteloso, pode dizer que consistirá na (1) ausência total do favor de Deus; (2) uma interminável perturbação da vida, resultante do domínio completo do pecado; (3) dores e sofrimentos positivos no corpo e na alma; e (4) castigos subjetivos, como agonias da consciência, angústias, desesperos, choro e ranger de dentes, Mt 8.12; 13.50; Mc 9.43, 44, 47, 48; Lc 16.23, 28; Ap 14.10; 21.8.

Louis Berkhof mostra que haverá graus de punição Mt 11.22, 24; Lc 12.47, 48; 20.17. sua punição será proporcional ao seu pecado contra a luz que receberam. Mas, não obstante, será punição eterna para todos eles.esta verdade é exposta claramente na Escritura Mt 18.8; 2 Ts 1.9; Ap 14.11; 20.10.

Jonathan Edwards em 1741 no dia oito de julho pregou com o titulo “Os pecadores nas mãos de um Deus irado”:

“Seria terrível sofrer a fúria e a ira do Deus Todo-Poderoso, mesmo que só por um momento; no entanto, os pecadores deverão sofrê-la por toda eternidade. Não haverá fim para essa horrível miséria sem precedentes... Vocês, pecadores, terão a certeza de que serão obrigados a passar longos anos, milhões e milhões de anos, em sua luta contra essa tremenda vingança que não conhece misericórdia”.


Fontes:


HOEKEMA, Anthony. A Bíblia e o Futuro: a doutrina bíblica das últimas coisas. São Paulo: Cultura Cristã, 2001. p. 312.

BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. São Paulo: Cultura Cristã, 2007. p. 677.

EDWARDS, Jonathan apud MCGRATH, Alister E. Teologia: sistemática, histórica e filosófica. São Paulo: Shedd, 2005. p. 639.

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