sexta-feira, 26 de agosto de 2011

DESABAFO DE UM PASTOR PRESBITERIANO SOBRE A INSTITUIÇÃO DE ENSINO MACKENZIE

ESTA É A FILOSOFIA NA PRÁTICA DO INSTITUTO PRESBITERIANO DE ENSINO MACKENZIE

DESABAFO DO PR JOSENI MAGALHÃES QUE TEVE SEU FILHO EXCLUIDO DO COLÉGIO MACKENZIE DE BRASILIA POR SER ESPECIAL

Esta semana (segunda-feira 22/08 ) fomos chamados pela direção do colégio Mackenzie em Brasília sobre a situação do nosso filho Arthur Alioni, que tem 08 anos de idade e é especial. Nesta reunião fomos informados que o Arthur não tinha os pré requisitos para continuar estudando no Mackenzie para o ano de 2012, porque ele não conseguiu atingir o nível das outras crianças. Fomos também informados que o sistema Mackenzie de ensino não tem uma filosofia educacional para a inclusão social, como afirmou uma das coordenadoras “não somos uma escola inclusiva”.
Fiquei profundamente indignado com tudo que ouvi e resolvi fazer da minha indignação um instrumento de protesto, tentando de alguma maneira sensibilizar aqueles que coordenam este sistema chamado Mackenzie.
Como uma instituição que nasceu sobre os postulados de Cristo, excluir uma criança porque ele não consegue acompanhar o sistema educacional existente? É a mesma coisa que exigir de uma criança que consegue levantar 10 kg obrigá-la a levantar 50 kg. E o que mais horrorizou o meu coração é que em todo este tempo esta instituição trabalhou para provar que o Arthur não conseguia acompanhar a excelência do ensino Mackenzie. Mesmo que a Professora Rose – anjo de Deus na vida do Arthur buscasse de todas as maneiras ajudá-lo. E este esforço da professora Rose é recompensado pelos avanços significativos na escrita e leitura do Arthur.
Como uma escola que nasceu sobre a experiência de homens e mulheres que foram acolhidos por Cristo, e que nasceu neste olhar de Deus sobre todos nós, agora tem uma filosofia divergente daquilo que ela hipocritamente confessa.
O que ficou claro pra mim nestes dois anos de contato com o Mackenzie, a filosofia do Mackenzie, na prática, está firmada em dois postulados:
1.Educação é excelência, e só os excelentes tem o investimento do instituto. Até porque jamais crianças especiais poderão promover o Mackenzie em feiras, esportes, tornando-se doutores ou qualquer que seja. A filosofia como eles pomposamente chamam “família mackenzista” é para os perfeitos. É uma seleção da raça, “a La Hitler”.
Será que eles não percebem que foi Deus quem criou “o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Êxodo 4.11”, será que eles não entendem que Jesus sendo Deus não o usurpou o ser igual a Deus, tornou-se figura humana e dando a sua própria vida por nós para que o Pai nos acolhesse Nele para sermos filhos, e que Deus não faz acepção de pessoas. E estávamos todos mortos em nossos delitos e pecados, incapacitados, mais o amor de Deus no capacitou em Cristo Jesus a sermos filhos de Deus. A família da fé é constituída por gente gerada no útero da cruz, no amor de Deus, e não na perfeição ou na capacidade de algum de nós.
2.Vejo também que o espírito de mamom tem feito brilhar os olhos deste sistema presbiteriano Mackenzie. O lucro é o que move. Claro, que para amar uma criança especial eles terão prejuízo financeiro. Uma classe com 30 alunos teria que ficar com 12 alunos a menos, seria um prejuízo de no mínimo 12.000 reais todo mês. Teria que contratar mais um profissional para a turma. Teria que produzir um material adequado para a realidade da criança especial. Não ficar esmagando a criança especial com este material dos “perfeitos” para no final, saciarem a sua maldade educacional na incapacidade de um capaz lutador como são as crianças especiais, e como é o Arthur.

Diante disto tudo descrito acima, o grave é que este é o olhar do sistema presbiteriano Mackenzie sobre o ser humano. Todavia, o sistema presbiteriano Mackenzie é conduzido por homens e mulheres. Será que é este o olhar de Cristo? Claro, que não. O olhar de Cristo é o olhar do amor. E quando se olha com amor ai sim, se enxerga perfeitamente. Porque o problema não é a imperfeição do meu filho, porque Deus o ama, Deus não tem problema com as deficiências dele, nem nós pais, porque o amamos. O problema é o olhar do Mackenzie, que é deficiente, é vocês que constituem o sistema presbiteriano de ensino chamado Mackenzie que estão cegos como diz o Senhor Jesus em Apocalipse 3.17. Vocês que só enxergam excelência, que só enxergam números.

A minha esperança é que apesar de termos ouvido da direção “não existe lei que obriga as escolas a receberem crianças especiais”, cremos que aqueles que foram instrumentos de Deus para alavancar tão grande obra o fizeram não motivados por lei, mais pela graça de Deus, que nos ensina a amar o nosso próximo como a nós mesmos.

Se você puder faça este desabafo chegar ao maior número de pessoas com dois propósitos: 1. O propósito que possamos refletir, se temos de fato enxergado o nosso próximo com o olhar do Senhor Jesus; 2. Provocar em todos que estão envolvidos com os sistemas educacionais um novo olhar sobre as crianças especiais.

Estarei enviando uma carta ao Presidente do Supremo Concilio da IPB Rev. Roberto Brasileiro, que certamente como servo de Deus que é, e que tem sido exemplo para todos nós, poderá propor mudanças no olhar ao próximo da instituição presbiteriana de ensino Mackenzie.

Estarei enviando uma carta com o meu protesto a direção do Mackenzie em São Paulo.

No mais orem por nós (Joseni, Jeanne, Arthur e Agatha)
Sou pastor na IPB Cruzeiro – DF.
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4 comentários:

  1. Entendo perfeitamente a indignação do pastor Joseni. Considero que a direção do colégio foi infeliz. Contudo, devemos entender que não é toda instituição que tem profissionais treinados e experientes para trabalhar com crianças especiais. Deveria ter? claro que sim, mas infelizmente não tem. Deve, porém, pensar seriamente nesse sua falha. O colégio deveria ser mais honesto e assumir sua incompetência. Esse é o primeiro passo para a melhora. Diria ao pastor que procure uma escola que tenha essa competência, até nosso colégio atingir esse nível. Acreditem: teria sido pior para Arthur ficar numa escola onde não existe profissionais competentes que possam entender e atender suas necessidades.

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  2. Prezado Senhor,
    Parabenizo por seu gesto de dar visibilidade a tamanho desrespeito ao ser humano! A situação vivida pelo senhor e sua família reflete a hipocrisia de uma instituição que como o senhor mesmo diz "nasceu sobre os postulados de Cristo". Vivemos hoje em nosso país e no mundo todo um processo de inclusão social e educacional, impulsionado por Documentos de Organismos Internacianais, marcos legais e políticas que asseguram a inclusão de todos os estudantes com deficiência na rede regular de ensino. Engana-se muito esta renomada instituição de ensino em informar-lhe que não existem instrumentos legais garantindo a inclusão, estou surpresa com tamanho desconhecimento!! A garantia da inclusão, muitas vezes, é obtida pela via judicial, onde inúmeras famílias buscam o reconhecimento do direito a inclusão escolar de seus filhos. O senhor e sua família não estão sozinhos nessa luta!!

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  3. Prezado Senhor,
    Corroborando o posicionamentomda Profa.Ddenise , sugiro-lhe contatar a promotoria pública do DF.A Constituição Brasileira de 1988 já garantia o direito incondicional à educação. A partir de 2009, com a assimilação da Convenção Internacional sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência esse direito ficou ainda mais destacado e definido. A propósito, conheça a Convenção e em especial o capítulo dedicado à Educação e encaminhe a Convenção à direção desse sistema educacional discriminador.

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  4. Querido Pai,
    Infelizmente, convivo com muitos relatos parecidos com o seu, portanto minha indignação é constante. Não existe uma escola pronta inclusiva para atender pessoas com deficiência, sabe porquê? Porque está totalmente prontos nunca estaremos, as escolas devem estar sempre se fazendo, apreendendo, descobrindo as diversas possibilidades de trabalho porque cada pessoa é única. Preparar para receber é discurso de quem quer se abster da responsabilidade, a escola inclusiva somente acontecerá com investimentos e convivio. Esta Instituição se esquece de que o propósito da educação não é somente o dominio dos conteúdos escolares ou status, mas principalmente a formação ética, moral, a tolerância e a boa convivencia com os demais.
    Seu filho e nenhuma outra pessoa com deficiência NÃO precisam da caridade ou piedade para efetivar sua escolarização, pois este é um direito incontestável presente em nossa constituição e demais textos legais.
    Abraços inclusivos
    Ana Cristina Araújo
    Coor. Educ Inclusiva – BJL/BA

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