A Reforma
produziu uma era de grandes pensadores, artistas e obreiros porque elevou Deus
às alturas e abaixou a cabeça humana diante da sua majestade. Nossos cultos
(hoje) são muitas vezes mais celebrações de nós mesmo que de Deus, mais
entretenimento que adoração. Nunca antes, nem mesmo na igreja medieval, os
cristãos foram tão obcecados com si mesmo. Nunca antes as pessoas nutriam
noções tão elevadas dos homens e tão pequenas de Deus. Os evangelistas (hoje)
falam sobre Deus como se tivéssemos de ter pena dele em vez de adorá-lo, como
se ele estivesse se derramando em lágrimas no céu, esperando que as coisas
melhorem e que as pessoas o “deixem
fazer as coisas do seu modo”. Nunca antes, talvez, Deus tenha sido tão
completamente esquecido e diminuído em nossa estima. Autoestima, autoimagem,
autoconfiança, auto-isso, auto-aquilo tem substituído a conversa sobre os
atributos de Deus. Ironicamente, isso tem criado o oposto da sua intenção. Quanto
mais tempo gastamos contemplando nossa própria grandeza no espelho, mais
claramente somos obrigados a ver as verrugas. Sem o conhecimento do Deus em
cuja imagem fomos criados, e da graça que nos fez filhos de Deus, o narcisismo
(amor-próprio) rapidamente se transforma em depressão (ódio a si mesmo).
Horton,
M. As doutrinas da maravilhosa graça: Um antídoto contra o cristianismo
cultural infiltrado no meio evangélico. 1° Edição. São Paulo: Cultura Cristã, 2003.
p 304.
Adaptação:
Isaías Soares Salvador Dias

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