sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Conselhos para uma família




Uma Questão de Família

Desde princípio de tudo, a família tem sido a instituição divina mais próxima ao coração de Deus; ela não é apenas a unidade de construção mais básica da sociedade, mas também da igreja. Eu sugiro – e trata-se apenas de uma sugestão -, que se faça o seguinte. Talvez você encontre outro horário totalmente diferente, de acordo com suas necessidades distintas, mas pelo menos ofereço aqui um ponto de partida para ser discutido.

O Dia do Senhor

Deixe de lado todas as distrações mundanas no domingo, inclusive dos esportes. Reconheço que essa sugestão pode ofender alguns modernos que fizeram dos esportes uma espécie de ídolo, mas é bom possível que a gravação em vídeo tenha sido inventada para permitir que torcedores crentes possam assistir aos jogos mais tarde. Antes do culto, peça aos filhos que tomem nota do sermão, para que, ao voltar para casa, talvez durante o almoço de domingo, cada um possa compartilhar o que aprendeu e discutir o conteúdo e a aplicação com a família. Talvez depois do almoço seja uma boa hora para descansar um pouco, tirar uma soneca, depois da qual se pode realizar alguma atividade em família, como uma caminhada, um passeio ciclístico ou de carro. Voltem a tempo de assistir ao culto da noite. É verdade que a comunhão com os outros crentes na igreja é parte importante do dia do Senhor, mas deve ser secundária à comunhão da “pequena igreja” que se reúne na própria casa, que consiste nos membros da própria família.

A Refeição da Noite

Faça da refeição noturna um tempo especial para a família se reagrupar e discutir os acontecimentos do dia. Em muitos casos, os amigos de nossos filhos terão estilos de vida totalmente diferente e perguntaram por que nossos filhos têm que estar em casa em determinada hora toda noite, mas com o tempo eles mesmos desejarão que os seus pais façam o mesmo. No passado, as famílias protestantes faziam da refeição da noite o tempo para breve oração e memorização do catecismo (guia de perguntas e respostas aos principais temas doutrinários da Bíblia, especialmente para as crianças). Olhando ao redor da mesa, o líder da casa pedia a cada pessoa que lembrasse a pergunta e a resposta, lendo a seguir os versículos referentes àquele ponto do catecismo. Em seguida, conversavam a respeito do que havia sido lido. Isso deu a gerações de protestantes um método simples de ensinar às crianças os pontos essenciais da fé cristã. Isso era visto como principalmente um dever dos pais e, só secundariamente, um dever da igreja.

Noite em Família

Separe um dia da semana que possa se tornar-se tão rotineiro como o jornal da manhã, e use a noite desse dia como a “Noite da Família”. Escolha um bom livro – talvez um romance clássico ou uma coletânea de poesia, de contos ou um conte de fada. Gaste algum tempo com um jogo ou tocando piano ou violão. Talvez vocês queiram fazer um breve estudo bíblico, mas é essencial que as crianças cresçam apreciando e gostando também da literatura secular.

Leitura em Voz Alta

Faça questão de ler para os seus filhos desde a mais tenra idade. Os estudos mostram que crianças cujo os pais leem para elas, até mesmo antes que elas entendam as palavras, ao crescer terão o hábito da leitura e aprenderão com mais facilidade.

Através de anos de pesquisa, o psicólogo de família John Rosemond juntou inúmeras razões pelas quais deve-se desligar a televisão. Ele argumenta que até mesmo os programa projetados para educar são antieducativos, pois se trata de um divertimento passivo. Na verdade, ele atribui muito do Déficit de Deficiência de Atenção ao encurtamento da capacidade de atenção que vem do excesso de divertimento. Os pais, Rosemond ressalta, “preferem uma desculpa genética do tipo, ‘Isso não pôde ser evitado’ a uma explicação de problema de desenvolvimento”, mas as pesquisas tem confirmado as conclusões de Rosemond. A psicóloga Jane Healy, autora de Endangered Minds: Why our Children Don’t Think (Simon and Schuster) [Mentes em perigo: por que nossos filhos não pensam] e Jerome Singer, da Universidade de Yale, estão hoje concordando com isso e eles argumentam que as crianças não deveriam poder assistir a televisão até que estejam completamente alfabetizadas (por volta dos 8 anos de idade).

A Reforma legitimou o casamento como um fim em si, assim como libertou as artes, a filosofia e a política.

Quando os pais leem para seus filhos, especialmente na hora de dormir, as crianças frequentemente aprendem a fazer associações entre o calor e a segurança do amor dos seus pais e um livro, e é então natural que procurem ler em vez de ligar a televisão quando desejarem um sentimento agradável que as pessoas procuram na recreação.

Naturalmente, essas são sugestões, e um tanto superficiais. No entanto, elas nos colocam uma direção geral; e muitas vezes não é por falta de interesse, mas falta de orientação, que as famílias não adotam esses programas. As soluções podem ser surpreendentemente simples, mas exigem fundamentalmente de nós que alteremos os nossos sentimentos e nosso estilo de vida.

Não importa o que se escolha fazer, em todo caso devemos colocar a nossa família em primeiro lugar. Se, depois da refeição a noite, da rotina de domingo, e da “noite em família”, houver ainda tempo para “grupos de crescimento”, estudos bíblicos e serviço voluntários na igreja, melhor. Porém, com excessiva frequência, as famílias se envolvem demais com as atividades da igreja, com os filhos em uniões juvenis e de adolescentes, e os pais em seus grupos separados, que sobra pouco tempo para a família estar junta. O caso da criança que aos poucos foi tornando-se agnóstica porque o pai estava sempre envolvido com o “ministério” e sua mãe com o trabalho feminino, se multiplica por demais nos nossos dias. É hora de recuperarmos a convicção de que nosso ministério mais importante é para com a nossa própria família.

Horton. S. Michael. O cristão e a cultura: Orientação bíblica para o crente. 2ª Ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2006. p. 141 - 144. Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Mais uma reflexão...

John Piper fez uma reflexão sobre 1 Co. 10.31 em relação ao Jejum:

"Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus." 1 Coríntios 10:31

Se eu como para a glória de Deus, se eu jejuo para a glória de Deus, qual a diferença entre comer e jejuar?

Ele respondeu:

Quando eu me alimento, eu me alimento do símbolo do pão do céu, por que o pão da terra é símbolo do pão do céu, mas quando eu jejuo, eu não me alimento do símbolo, eu me alimento do próprio pão do céu, eu me alimento de Jesus Cristo!
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domingo, 30 de setembro de 2012

Apenas reflexões...



Mentor de Calvino e principal reformador em Estrasburgo, Martinho Bucer, lamentou:
 
"Hoje em dia, ninguém quer aprender a não ser o que dá dinheiro. Todo mundo corre atrás das profissões e ocupações que dão menos trabalho e trazem maior lucro, sem se preocupar com o próximo ou com a reputação de honestidade e bem. O estudo das artes e das ciências está sendo deixado de lado em favor dos tipos mais baixos de trabalhos manuais... Todas as boas mentes que receberam de Deus a capacidade para estudos mais nobres, estão sendo ocupados com o comércio.
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quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Será que a doutrina da soberania de Deus pode ser considerada "horrível" e "perigosa"?



Temos aqui, por conseguinte, a refutação daquela maldosa acusação de que a doutrina da soberania divina é uma horrível calúnia contra Deus e perigosa demais para ser ensinada a seu povo. Pode ser “horrível” e “perigosa” uma doutrina que dá a Deus o seu verdadeiro lugar, que mantém os seus direitos, que exalta sua graça, que atribui a Ele toda a glória e que remove da criatura todos os motivos de jactância? Pode ser “horrível” e “perigosa” uma doutrina que oferece aos santos um senso de profunda segurança ante o perigo, que lhes outorga consolação nas tristezas, que neles desenvolve a paciência, diante da adversidade, e que os estimula a levantar louvores aos céus, em todas as oportunidades? Pode ser “horrível” e “perigosa”, uma doutrina que nos assegura da certeza do triunfo final do bem sobre o mal e que nos oferece um descanso seguro para o coração, descanso esse que decorre das perfeições do próprio Soberano? Não, mil vezes não. Longe de ser “horrível” e “perigosa”, essa doutrina da soberania de Deus é gloriosa e edificante. Apreendê-la devidamente é algo que forçosamente nos levará a exclamar, juntamente com Moisés: “Ó Senhor, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu, glorificado em santidade, terrível em feitos gloriosos, que operas maravilhas?” (Êx 15.11).


Pink, A. W. Deus é soberano. São Paulo: Fiel, 2º Ed. 2011. p. 172,173.


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terça-feira, 25 de setembro de 2012

A soberania de Deus confere um senso de absoluta segurança

 
Deus é infinito em poder, e, portanto, é impossível alguém opor-se à sua vontade ou resistir ao cumprimento de seus decretos. Tal afirmação deixa o pecador alarmado. Mas do santo evoca somente louvores. Acrescentemos uma palavra e veremos a diferença que isso faz: Meu Deus é infinito em poder! Portanto, “Não temerei. Que me poderá fazer o homem?” (Sl 118.6). Meu Deus é infinito em poder; portanto, “em me vindo o temor, hei de confiar em ti” (Sl 56.3). Meu Deus é infinito em poder; portanto, “em paz me deito e logo pego no sono, porque, Senhor, só tu me fazes repousar seguro” (Sl 4.8). Através dos tempos, essa tem sido a fonte da confiança dos santos. Não foi essa a segurança de Moisés quando, em suas palavras de despedida ao povo de Israel, disse: “Não há outro, ó amado, semelhante a Deus, que cavalga sobre os céus para tua ajuda e com sua alteza sobre as nuvens. O Deus eterno é a tua habitação, e por baixo de ti estende os braços eternos” (Dt 33.26,27)? Não foi esse senso de segurança que levou o salmista a escrever, movido pelo Espírito Santo: “O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente diz ao Senhor: Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu em quem confio. Pois ele te livrará do laço do passarinheiro e da peste perniciosa. Cobrir-te-á com as suas penas, sob suas asas estarás seguro: a sua verdade é pavês e escudo. Não te assustarás do terror noturno, nem da seta que voa de dia, nem da peste que se propaga nas trevas, nem da mortandade que se assola ao meio-dia. Caiam mil ao teu lado, e dez mil à tua direita; tu não serás atingido... Pois disseste: O Senhor é meu refúgio. Fizeste do Altíssimo a tua morada. Nenhum mal te sucederá [pelo contrário, todas as coisas cooperam para o bem], praga nenhuma chegará à tua tenda” (Sl 91.1-7,9-10)?

Peste e mortes voam ao meu redor;
 Se Ele não quiser, não morrerei;
Flecha nenhuma me poderá tocar,
Enquanto não o queira o Deus de amor
(John Ryland)
  
Quão preciosa é essa verdade! Aqui estou eu, uma “ovelha” pobre, insensata, desamparada. Todavia, estou seguro na mão de Cristo. Mas, por que estou seguro na mão dEle? Ninguém pode me tirar dali, porque a mão que me segura é a do Filho de Deus, e a Ele pertence todo poder no céu e na terra! De igual modo, não tenho forças em mim mesmo; o mundo, a carne e o diabo estão formados em batalha contra mim. Por isso me entrego aos cuidados do Senhor, dizendo como o apóstolo: “Sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia” (2 Tm 1.12). E qual é a base da minha confiança? Como sei que Deus é poderoso para guardar aquilo que lhe entreguei em depósito? Eu o sei, porque Deus é Todo-Poderoso, Rei dos reis e Senhor dos Senhores.

Pink, A. W. Deus é soberano. São Paulo: Fiel, 2º Ed. 2011. p. 164,165.


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terça-feira, 11 de setembro de 2012

A harmonia das Escrituras e a soberania de Deus



O supremo exemplo de como Deus exerce uma influência controladora e orientadora sobre os ímpios é a cruz de Cristo, com todas as circunstâncias a ela vinculadas. Se houve uma ocasião na qual a providência se evidenciou, foi no evento da cruz. Desde toda eternidade Deus predestinara cada detalhe desse supremo acontecimento. Nada foi deixado ao acaso ou ao capricho humano. Deus decreta onde, quando e como o seu bendito Filho morreria. Muitas coisas que Deus determinara com respeito à crucificação tinham sido anunciadas por meio dos profetas do Antigo Testamento; de modo que, no cumprimento exato e literal dessas profecias temos uma prova clara, uma demonstração plena, da influência controladora e orientadora que Deus exerce sobre os ímpios. Nada acontece fora daquilo que Deus ordenara, e tudo quanto o Senhor ordenara aconteceu exatamente conforme Ele mesmo propusera. Fora decretado (e revelado nas Escrituras) que o Salvador seria traído por um de seus próprios discípulos – por seu “amigo íntimo” (Sl 41.9; comparar com Mateus 26.50)? Sim; e Judas foi o discípulo que O vendeu. Fora decretado que o traidor receberia trinta moedas de prata por sua horrenda perfídia? Sim; e os sumos sacerdotes foram constrangidos a oferecer-lhe exatamente essa soma. Fora decretado que o dinheiro da traição seria empregado na compra do campo do oleiro? Sim; e a mão de Deus dirigiu Judas de tal modo que devolveu o dinheiro aos sacerdotes, e Deus guiou os sacerdotes para que decidissem fazer exatamente isso (Mt 27.7). Fora decretado que se levantassem “iníquas testemunhas” contra Cristo (Sl 35.11)? Pois bem, foram achados indivíduos dessa natureza. Fora decretado que o Senhor da glória seria açoitado e que Lhe cuspiriam no rosto (Is 50.6)? Ora, não faltaram aqueles que vilmente se prestaram a isso. Fora decretado que o Salvador seria “contado com os transgressores”? Pilatos, sem perceber que estava sendo dirigido por Deus, ordenou sua crucificação juntamente com os dois ladrões. Fora decretado que vinagre e fel Lhe seriam oferecidos, enquanto Ele pendia na cruz? Esse decreto divino foi literalmente cumprido. Fora decretado que soldados cruéis lançariam sortes suas vestes? Então, foi justamente isso que fizeram. Fora decretado que nenhum de seus ossos seria quebrado (Êx 12.46 e Nm 9.12)? Pois bem, a mão orientadora de Deus, permitiu que os soldados romanos quebrassem as pernas dos ladrões, impediu-os de fazer o mesmo com nosso Senhor. Ah! Não foram suficientes os soldados de todas as legiões romanos, não foram suficientes todos os demônios de todas as hierarquias de Satanás, para quebrar um único osso do corpo de Cristo. E por que não? Porque o Soberano onipotente tinha decretado que nenhum de seus ossos seria quebrado. Precisamos demorar-nos ainda mais neste parágrafo? No que se refere à crucificação, o cumprimento acurado e literal de tudo que as Escrituras predisseram, não demostra, sem qualquer controvérsia, que um poder onipotente estava dirigindo e supervisionando tudo quanto foi feito naquele dia?
 
Pink, A. W. Deus é soberano. São Paulo: Fiel, 2º Ed. 2011. p. 98,99


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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

A graça restauradora de Deus - D. M. Lloyd Jones




Assim é a graça restauradora de Deus. Ele dá recuperação à alma, conforme o Seu maravilhoso amor e a Sua admirável bondade. Podemos resumir assim a doutrina. Na vida cristã nada é fortuito; nada acontece ou se passa por acaso. Haverá alguma coisa mais consoladora, mas maravilhosa do que saber que estamos nas mãos de Deus? Ele controla todas as coisas. Ele é o Senhor Deus Todo-poderoso, o Senhor do universo, que faz todas as coisas de acordo com o conselho da Sua vontade eterna. Ele derramou Seu amor sobre você; portanto, nada pode feri-lo. “Até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados.” Ele não permitirá que você se perca. Pode acontecer que você caia profundamente em pecado e que se extravie para longe, mas não ficará prostrado definitivamente; Ele o segurará, impedindo-lhe a queda final. Ele sempre o traz de volta. “Ele restaura a minha alma”, diz o salmista. E depois de restaurar-lhe a alma, Ele o conduzirá a “pastos verdejantes” e “para junto das águas de descanso”. E Ele o tratará de maneira tão maravilhosa que você achará difícil crer que fosse possível chegar a fazer o que fez. Ó graça restauradora de Deus!


Não é a nossa ignorância o nosso maior problema? Falamos tantos das decisões e do que fazemos! Precisamos aprender a pensar desta outra maneira e a enxergar que é Deus quem faz isso tudo. Você nunca decidiu por Cristo; foi Ele que lançou mão de você e, para empregar a expressão de Paulo, prendeu-o (ver Filipenses 3:12). Por isso você decidiu-se. Vá além da sua decisão. Que é que levou a decidir-se? Volte ao princípio, à graça de Deus. Tudo é Sua graça e, se não fosse, ainda quando você se decidisse por Cristo, bem depressa se decidiria por outra coisa, cairia, e se iria de uma vez. Mas você não pode cair da graça de Deus. Em seu turvo intelecto e em seu confuso pensamento pode, não, porém de fato. Ó a graça salvadora de Deus! Mas depois precisamos ser restringidos e, quando cairmos, precisaremos ser restaurados. E Ele faz isso tudo! É preciso entender que “Deus é o que opera em vós”, do princípio ao fim. Graças a Deus por Sua graça admirável – graça salvadora, restringente, maravilhosa graça salvadora! “Todavia ainda estou contigo.” É quase incrível, mas é verdade. “Ainda estou contigo.”



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